A DANÇA DA MANHÃ...
Pôs na cabeça
Rodilha de pano
E pano estampado
Rodilhando o ventre
Pôs na rodilha
Um balde com água
Pôs a água a caminho
Nos trilhos que trilha.
Tráz ás costas um filho
Amarrado a um pano
E na frente do ventre
Um feito por engano
Tráz no peito amargura
Tráz fome e nudez
Tráz sequelas de guerra
Junto á viuvez.
Mas quando a manhã
Ao respirar paz
Pôs dança fogaz
Na gente do bairro
Pôs a mão no ventre
E gritou mamãué
A dor de sofrer
Se esqueceu de doer.
Angelino.
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