A injustiça cansou-se.
Decidiu então saber porque o era.
Olhou-se no espelho e reflectiu-se.
Olhou-se, remirou-se, encarou-se e amaldiçoou a sua gémea.
A outra cujo nome herdou, mas que ao aumentarem-no, tudo se transformou.
Só porque lhe colocaram um prefixo tudo nela mudou.
E afinal, qual das duas nasceu primeiro?
E com que direitos não a deixaram escolher? Era injusto! E chorou.
Que lhe vale esse “in” afinal, se apenas lhe trouxe peso, dor e condenação?
Deu-lhe estatuto, mas o oposto ao da irmã gémea.
A quem todos apelam, idolatram, veneram mas não respeitam.
A ela desprezam-na, odeiam-na, maldizem-na
Mas é com ela que mais se identificam, que usam e abusam
Acusam e maltratam, desculpando-se com ela.
Isso é muito injusto...pensou a injustiça. Que mundo este!
A justiça deixa o “in” e coloca-o na irmã gémea,
Lava as mãos como Pilatos e diz:
Tu! Tu és a culpada!
Foi um prefixo que tudo mudou…e novamente a injustiça chorou.
Por ter sempre consigo o “in!” que não a deixa viver em paz.
Para a justiça se mascarar e se proteger
A injustiça teve de nascer!
Muito Obrigado!
Angelino.
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